terça-feira, 17 de maio de 2011

Estilo magro e alto faz todo o sentido

Cesárea aumenta em 58% risco de obesidade

Pesquisa da USP comparou peso de 2.000 pessoas nascidas de parto normal ou
cirúrgico

JULIANA COISSI

DE RIBEIRÃO PRETO


O risco de ficar obeso na idade adulta é 58% maior para quem nasce de cesárea do
que de parto natural. A conclusão é de pesquisa que acompanhou 2.057 pessoas no
nascimento e os 25 anos de idade, organizada pela USP de Ribeirão Preto e
publicada no "American Journal of Clinical Nutrition".
Um motivo possível para essa relação é que, na cesárea, o bebê não entra em
contato com a flora vaginal da mãe, como no parto normal.
A falta de contato pode afetar a formação da flora intestinal, facilitando a
obesidade, segundo a gastroenterologista Helena Goldani, uma das autoras do
trabalho.
Outros estudos já mostraram que crianças com menor quantidade de bactérias
"boas" para a flora intestinal no primeiro ano de vida eram mais obesos aos sete
anos. Os pesquisadores da USP decidiram, então, avaliar a hipótese em adultos.
Um grupo de jovens nascidos em 1978, cujos dados de parto haviam sido
registrados, foi convocado para uma nova avaliação feita entre 2002 e 2004.
Os jovens, com idades entre 23 e 25 anos, foram pesados e responderam a questões
sobre atividade física e alimentação, entre outras.
Dos que nasceram de cesárea, 15,2% tinham índice de massa corporal acima de 30,
que indica obesidade. Entre os nascidos de parto normal, 10,4% eram obesos.
São casos como de Ana Cláudia de Castro, 32. Ela nasceu de cesárea e diz sempre
ter "brigado" com a balança.
"Consigo emagrecer, mas, depois, ganho peso."
Agora, os pesquisadores vão analisar a flora intestinal de bebês nascidos de
parto cesariano. Eles estão coletando fezes de bebês que hoje têm um ano.
Fábio Ancona, pediatra nutrólogo da Unifesp, diz que o resultado da pesquisa
serve como alerta, porque o Brasil é "recordista" de cesáreas.

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