segunda-feira, 3 de junho de 2013

Caímos

 A banca estava fechando. Faltava ainda quase um quarteirão. Peguei o Otto no colo e corri. Foi bem rápida a corrida , mas curta também. Caímos. Segundos de aflição, tinha que segurar para ele não cair forte.
Não sei bem o que aconteceu. Mas vi o Otto com os olhos bem abertos e caído no chão. Silêncio. Agarrei  ele com força nos meus braços. Encontramos o olhar e ele apagou.  Uma dor na alma. Gritei e chamei por ele. Avisei que estava tudo bem. Devagar, voltou ainda lívido, igual ao meu coração. Depois de uma água na banca de revista, ele conseguiu chorar, pedindo os tênis, que ficaram caídos pela rua. Como mágica, andou seguro e foi procurar a revista que queria. Perguntei se a cabeça estava doendo. Firme, ele respondeu: Não mais.
Eu ainda, duas semanas depois, carrego como lembretes algumas marcas do tombo.  Me lembrei da Ana Célia: às vezes, você precisa colocar a cabeça no chão para achar o eixo. Espero não precisar mais dessa forma para me conectar. Vejo, porém que o foi fundamental.

Um comentário:

  1. Menina, que susto! Há pouco mais de um mês caí da escadinha de acesso ao prédio com Davi no colo..fiquei assustadíssima e toda ralada...rss

    beijos em vocês!

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